Extremos da Tolerância Humana
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Hipotermia
- Não- intencional/Acidental: que pode ocorrer com paientes submetido a procedimentos anestésico-cirúrgicos ou vítimas de trauma. Advém de fatores isolados ou associados que provoquem um descontrole no euilíbrio da temperatura corporal como perda excessiva de calor, inibição da termorregulação fisiológica.
- Terapêutica: instituída pela própria equipe médica com objetivos definidos: tratamento da hipertensão intracraniana, proteção neurológica pós-ressuscitação cárdio-pulmonar, durante cirurgias neurológicas e cardíacas.
A hipotermia provoca efeitos marcantes no organismo:
- Alterações metabólicas: Hiperglicemia resultante do aumento de sua produção e redução do seu consumo em decorrência da taxa de metabolismo. O aumento da produção é decorrente do estímulo simpático à liberação de adrenocortisonas, que atuam sobre a mobilização de glicogênio hepático, tendo efeito semelhante ao glucagon com resultados mais duradouros. A redução do consumo ocorre em consequência da redução da produção de insulina, levando a uma intolerância à glicose.
- Alterações no SNC: ocorre uma natural redução da taxa de metabolismo que acarreta numa vasoconstrição cerebral, reduzindo o fluxo sanguíneo cerebral e atuando diretamente sobre a pressão intracraniana.
- Alterações cardiovasculares: a redução da temperatura leva à diminuição da pressão arterial que é acompanhada de uma redução da frequência cardíaca gerando um menor débito cardíaco, que pode desencadear em situações mais severas a quadros de necrose do teciso por falta de aporte sanguíneo e e arritmias cardíacas.
- Alterações no sistema renal a nível de eletrólitos: ocorre a perda da capacidade de concentração da urina conhecido como "diurese fria". A hipotermia eleva os níveis de potássio intra-celular ocsaionando hipercalemia que induz um aumento do risco de arritmias.
- Alterações do equilíbrio ácido-básico: ocorre um aumento da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Isto ocasiona uma dificuldade de liberação do oxigênio nos tecidos e consequentemente uma redução do seu consumo por estes. Esta redução também ocasiona uma diminuição na produção de gás carbônico, abaixando a pressão parcial de CO2 no sangue provocando uma elevação no pH sanguíneo.
- Alterações no sistema gastrointestinal: ocorre uma redução da motilidade gastrointestinal que ocasiona retardo na digestão.
- Alterações no sistema de coagulação: A hipotermia prolonga os tempos de coagulação, contribuindo para o risco de hemorragias. As causas podem ser: elevação de catecolaminas ou esteróides que interfiram diretamente no metabolismo da coagulação, hipoperfusão circulatória, leberação de tromboplastina oriunda de tecidos isquêmicos estimulados pelo frio.
A hipotermia pode ser classificada segundo o grau de periculosidade ao organismo:
- Leve - 34º a 36ºC - ocasiona apatia, diurese fria e hipovolemia.
- Moderada - 30º a 34ºC - ocasiona arritmias atriais, redução das frequências cardíaca e respiratória.
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Referências bibliográficas:
http://www.scielo.br/pdf/rba/v56n1/v56n1a07.pdf
http://www.anestesiologia.com.br/
Vigué B, Guen M, Engrand N, et al. Therapeutic hypothermia. Ann Fr Anest Reanim. 2006 May 2; [Epubahead of print].
Marcadores: Deivid Tavares
Como reagimos em situações extremas? O que acontece com o nosso corpo quando somos submetidos ao estresse? Por meio deste blog temos o intuito de discutir sobre o tema "Extremos da Tolerância Humana" na ótica da bioquímica e biofísica. Contamos com a participação do web leitor com comentários e perguntas que aprimoram a discussão. Bem-vindo!
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