Extremos da Tolerância Humana
domingo, 21 de junho de 2009
Entendemos um pouco do sono. Mas, o que acontece quando não dormimos?
A sociedade atual claramente passa por um problema diário que é a redução da quantidade de horas de sono. Há uma variedade de razões para isso estar ocorrendo, dentre elas estresse, muito trabalho, festas e o mais importante aqui para nosso trabalho o aumento da quantidade de tempo das pessoas expostas a luzes. Como já vimos anteriormente, a luz é um regulador da produção de melatonina, então é fácil associar uma coisa à outra. Dentre as principais conseqüências da falta de sono contínua é a insônia crônica. Que pode ser primária ou secundária, se vem de alguma razão patológica ou não respectivamente.
Mas o que acontece quando uma pessoa fica mais de um ou dois dias sem dormir?
Além dos efeitos da não recuperação neuronal, do crescente mau humor e da diminuição da capacidade de raciocínio lógico, o que pode acontecer? Ninguém ao certo sabia até que um jovem radialista chamado Peter Tripp de Nova York foi tentar ficar 200 horas ou 8 dias sem dormir. Na verdade, nenhum psiquiatra ou médico já tinha acompanhado tal façanha pela falta de segurança que um experimento como esse poderia trazer. Mas ele estava decidido a fazer seu programa de rádio diário sendo acompanhado por médicos 24 horas por dia.
Ele é o caso extremo que vai ser analisado. Peter era muito ativo e engraçado e vivia nos anos 50 em Nova York. Para arrecadar fundos para seu programa de rádio, ele estava decidido a tentar o impossível, ficar 8 dias sem dormir. Os médicos ficaram a um primeiro momento preocupados, pois nesta época soldados vindos da China tinham sido torturados a ficar dias sem dormir e não recuperaram sua personalidade normal. Mas como Peter estava decidido, eles resolveram acompanhar de forma a não deixá-lo dormir de forma alguma, acompanhando ele para onde fosse. No começo nada parecia estar errado, Peter já tinha aguentado dois dias sem nenhuma consequência visível. A partir do terceiro dia, ele começou a alucinar. Via aranhas em seus sapatos e achava que ele estava sendo observado por assassinos. Os médicos, analisando suas ondas cerebrais, reparam que depois do quarto dia, havia momentos em que ele entrava em um estado de sono com ondas típicas do sono REM, mas sem as ondas gama. Nestes momentos ele estava mais propenso a alucinar.Também foi visível uma queda de temperatura média do corpo de Peter a cada dia. De acordo com o tempo ele foi ficando mais e mais nervoso e agressivo até acabar o experimento.
Ele tinha conseguido e, para comemorar, ele dormiu 24 horas direto. Mas mesmo assim não se recuperou totalmente, o que ficou comprovado depois de ele se separar da mulher poucas semanas depois.
Referências:
- Imagens: http://www.manfrommars.com/tripp.html
- http://cme.medscape.com/viewarticle/502825
- http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-01042009-144507/
- http://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Tripp
- http://www.youtube.com/watch?v=mXrANL9aqz8&feature=related
Marcadores: Leandro Pereira
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